TUDOJUNTOMESMO II

A saga continua...

quinta-feira, junho 21, 2007

Imortal

Era uma quinta-feira de 1991. Mais precisamente 25 de abril de 1991. Saí do trabalho em Pinheiros e fui de ônibus até a casa do Cunhado (que ainda não era casado com minha irmã), no Monte Kemell. Lá, comemos um lanche feito pela mãe dele enquanto aguardávamos dois camaradas que iam ao Morumbi conosco. Fomos a pé, uns 25 minutos andando. A noite estava fria e, pra piorar, choveu no caminho.

Quando chegamos à arquibancada a chuva cessou, mas a sensação de frio era intensa, agravada pelo vento e o fato de estarmos molhados. Ah, um detalhe: eu estava febril, trinta e nove de febre, e tremia muito. O jeito era pular e cantar.

Pouco antes dos times entrarem em campo, uns torcedores soltaram um balão na arquibancada. O pequeno balão "fez que foi, mas não foi e acabou fondo", ou melhor, caindo no meio do campo. Antes que pousasse no gramado, um gandula (acho) o pegou e tentou fazer com que subisse novamente. E quase deu certo. O balão subiu um pouco e tornou a descer, indo em direção à área. A torcida toda começou a gritar "gol, gol, gol..." e - incrível – o balão entrou mesmo num dos gols!

Naquela noite o Corinthians precisaria fazer a bola entrar no gol do adversário - um time que tem uma das camisas mais feias que já vi – pelo menos duas vezes, sem sofrer gols.

Aos 18 minutos do primeiro tempo, porém, a bola, ou melhor, el balón do adversário adentrava a meta defendida pelo inesquecível Ronaldo Soares Giovanelli e tornava a noite mais fria, enterrando a carreira de um jovem zagueiro campeão brasileiro poucos meses antes.

O Boca Juniors não venceu a Libertadores naquele ano. Mas se tornou o adversário que tememos, respeitamos, admiramos e, sobretudo, odiamos. Não só nós, Corinthianos, mas também os torcedores de Cruzeiro (final de 1977), Flamengo (quartas-de-final de 1991), Palmeiras (final de 2000 e semifinal de 2001), Vasco (quartas-de-final de 2001), Paysandu (oitavas-de-final de 2003), Santos (final de 2003), São Caetano (quartas-de-final de 2004) e, agora, Grêmio (final de 2007).

Imortal.

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2 Comments:

  • At 21 de junho de 2007 às 11:30, Blogger Marcos Bonilha said…

    Nunca perdemos para eles em Libertadores, mas a Recopa, apesar de ser torneio chinfrim, ainda está entalada na garganta.
    Timinho chato esse. E Imortal.

     
  • At 21 de junho de 2007 às 17:49, Anonymous Anônimo said…

    Tenho que admitir, os caras jogam muito. Não tive muita paciência de assistir o segundo tempo do jogo de ontem, tive que sair. Mas estava na cara que o Grêmio não tinha a menor chance. Antes de sair ainda disse "O Boca vai ganhar este jogo". Minha boca é santa! rs

     

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